A mantilha é uma vestimenta feminina popular na Espanha. Do antigo manto, com o qual as mulheres tradicionalmente se cobriam, evoluiu para um elegante adorno feito de renda (renda feita com fio de seda), chantilly ou tule. É comum nas procissões da Semana Santa, nas touradas e outros eventos tradicionais, além de ser a vestimenta cerimonial das “madrinhas” em batizados e casamentos. Muitas vezes é complementado com um pente.

Este acessório já era utilizado no século XVII como pano ou estola para se cobrir, mas só mais tarde é que as damas da alta sociedade o adotariam nos seus trajes.

Inicialmente, sua função era esconder parte do rosto e da cabeça das mulheres. Não esqueçamos que a Espanha foi território muçulmano durante séculos e os seus costumes penetraram inevitavelmente na cultura daquele país. Em algumas províncias, como Cádiz, este hábito de encobrir-se era ainda maior e ainda se conserva em alguns trajes tradicionais.

Naqueles anos, nobres e plebeus vestiam-se da mesma forma; preto, tom por excelência do traje espanhol. Somente com a chegada da influência francesa é que as pessoas da corte e amigos próximos começariam a usar uma variedade maior de roupas e cores. E, embora o “afrancesar” dos trajes influenciasse gradualmente todas as classes, havia uma corrente contrária que reivindicava as vestimentas mais tradicionais como forma de rebelião contra os franceses, o chamado majismo, que seria mais típico das classes populares.

Aos poucos, essa vestimenta tradicional foi perdendo uso em favor da moda que vinha da França e que as classes altas adotavam, até que aos poucos foi permeando toda a sociedade e a mantilha era mais usada na Semana Santa e nas touradas.

Foi a Duquesa de Alba, uma nobre e aristocrata espanhola descendente do rei Jaime II de Inglaterra quem, nas últimas décadas do século XIX, recuperou alguns costumes espanhóis e revalorizaria o uso da mantilha.

A moda espanhola sempre foi uma inspiração para criadores e artistas; jaquetas de toureiro, babados, bolinhas já foram levadas para a passarela, a mantilha espanhola não foi uma exceção.

Crédito da Imagens:

Google