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Órgãos reguladores que certificam a procedência e qualidade dos bordados pelo mundo ou ensinam o oficio do bordado.
Estados Unidos da América
A National Academy of Needlearts (NAN) é uma organização nacional dedicada ao avanço do bordado como forma de arte.
Fundada em 1985, o objetivo da NAN é manter os mais altos padrões em bordados, proporcionando excelência na educação a todos aqueles interessados em aprimorar suas habilidades de bordado como professores, juízes, artistas, designers, autores ou bordadores tecnicamente proficientes.
Canadá
A Embroideres’ Association of Canada, Inc. é uma associação de pessoas com interesses semelhantes em bordados, fibras e arte têxtil no Canadá e em todo o mundo. “Sim, temos membros canadenses e internacionais. Qualquer pessoa pode ser membro.”
Seu objetivo é preservar as técnicas tradicionais e promover novos desafios na arte do bordado através da educação e do networking. Ter uma comunidade de pessoas que gostam de bordado e desejam aprender e compartilhar seus conhecimentos e, assim, trabalhar para manter padrões mais elevados de design, cor e acabamento.
A ideia de uma associação nacional de bordadeiras começou com um pequeno grupo de bordadeiras dedicadas que se reuniram em Winnipeg, no ateliê de Leonida Leatherdale. Cartas foram enviadas para grupos e guildas de bordado em todo o Canadá. A primeira reunião organizacional formal foi realizada em 27 de setembro de 1973. Com a ajuda de assessoria jurídica competente, o estatuto foi elaborado e aprovado pelo governo federal e, em novembro de 1974, a Associação de Bordadoras do Canadá, Inc. foi fundada. A sede ficava em Winnipeg, Manitoba — o centro geográfico do Canadá — onde, acreditava-se que a EAC poderia crescer para leste e para oeste.
O primeiro capítulo da EAC foi o Winnipeg Embroiderers’ Guild, que patrocinou os dois primeiros seminários com participantes de todo o Canadá e dos Estados Unidos. Depois disso, seminários anuais foram realizados em vários locais canadenses, e a EAC começou a ganhar membros e sedes.
Hoje já com 50 anos, 40 sedes e mais de 1.500 membros de todo o Canadá e de outros lugares, cresce e se torna uma organização vital e estimulante.

Reino Unido
A Embroiderers’ Guild é uma instituição de caridade registrada na Inglaterra e País de Gales e na Escócia. Dedica-se a educar pessoas de todas as idades sobre o mundo do bordado – desde o puro prazer de costurar até ao design, criatividade e produção de trabalhos únicos e inspiradores.
A instituição tem uma longa história. Foi fundada em 1906, quando dezesseis ex-alunos da Royal School of Needlework se uniram para fundar uma sociedade para “mergulharem-se inteiramente no bordado, e com o objetivo principal de manter um alto padrão de trabalho e design”.

Nos anos seguintes, a associação continuou a ser uma defensora do bordado em todas as suas formas, trabalhando para preservar a sua história, incentivar a sua prática e apoiar gerações de inovação e criatividade.
Hoje, descobriram que – apesar da crescente evidência de que costurar e fazer outros trabalhos manuais são bons para o indivíduo – o artesanato e a criatividade estão sendo deixados de fora do currículo escolar. As provisões para faculdades e universidades estão diminuindo, a educação de adultos está em declínio e cursos de bordado estão cada vez mais difíceis de encontrar. Assim, o papel da Guilda está se tornando mais importante e relevante do que nunca.
Portugal – Ilha da Madeira
O IVBAM, IP-RAM é o organismo responsável por definir, coordenar, regular e executar políticas de valorização e preservação das Vinhas, do Vinho, do Bordado Madeira, do Artesanato e das Bebidas Espirituosas, produzidas na Região Autônoma da Madeira.
O Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira, IP – RAM ( IVBAM), nasce da fusão do Instituto do Vinho da Madeira e do Instituto do Bordado, Tapeçarias e Artesanato da Madeira. É o Organismo responsável pela fiscalização das atividades vitivinícolas regionais e pela certificação e controle de qualidade do Vinho da Madeira.
Selo e Certificação
O Instituto do Vinho do Bordado e do Artesanato da Madeira, IP é responsável pela verificação da qualidade de todas as peças de Bordado Madeira. Após o controle minucioso da perfeição e autenticidade do trabalho integral do bordado, é feito um selo de garantia, que testemunha a qualidade e autenticidade das peças produzidas na ilha da Madeira.

Brasil – Algumas Associações pelo país
São Paulo – Grupo Bordadeiras em Ação em Osasco
As bordadeiras trabalham com o ponto nó francês, margarida, entre outros. As lembranças da infância e das terras onde nasceram são principal material criativo que lhe dão inspiração para compor as peças com árvores, frutas, flores, alimentos, entre outros elementos.
Jardim Conceição é um bairro do município de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo que nasceu na década de 1980, a partir de uma ocupação urbana, organizada pelo Movimento Terra e Moradia. A área que antes estava desocupada e abandonada pelo poder público recebeu cerca de 400 famílias. A história do bairro se entrelaça com a história de outros bairros de Osasco que também são resultado de ocupações e lutas sociais por moradia, no contexto urbano.
O grupo é formado por cerca de 18 mulheres moradoras do bairro. O grupo nasceu em abril 2021, mas as integrantes já se conheciam e trabalhavam juntas desde 2013 na Associação Bordadeiras do Jardim Conceição, onde aprenderam várias técnicas de bordado e gestão empreendedora. O grupo realiza oficinas de bordado para mulheres interessadas em aprender a técnica do bordado no bairro.

Minas Gerais – Associação das Bordadeiras Rurais de Serra das Araras (Central Veredas)
A Associação de Artesãos de Serra das Araras integra a Central Veredas, organizada em Rede Solidária compreende outros 9 núcleos de produção instalados em diversos municípios do interior do estado. Com a participação solidária de artesãos, constituiu parcerias para consolidar a sua estrutura e fortalecer os núcleos, garantindo-lhes acesso ao mercado, qualificação, aplicação de preços justos, divulgação dos produtos artesanais, fruto do trabalho de aproximadamente 146 associados, exercendo sua defesa socioeconômica e ambiental combatendo os trabalhos escravo e infantil e promovendo a igualdade de gênero.

Goiás – Cabocla Milena Curado de Goiás Velho
A história do grupo começa em 2007, quando Milena Curado de Barros decidiu abrir uma loja em Goiás Velho para vender as peças de vestuário que passou a bordar. Milena aprendeu a bordar aos 8 anos com sua avó Wanda, mas só muitos anos mais tarde retomaria esse conhecimento, para expandí-lo ainda mais, passando para outras mulheres. As peças que traziam em seus bordados elementos culturais da cidade, logo cativaram o público, sendo necessário o aumento da produção.
Da união dos saberes dessas mulheres com as técnicas dos pontos de bordado que a avó da fundadora do grupo fazia, passadas a elas, o grupo pôde explorar ainda mais seu potencial criativo na produção das peças. O bordado a mão, que remonta aos séculos passados, tem ganhado novas formas e novos usos no presente. É pelas mãos do grupo que a poesia ganha novos contornos e motivos nos vestidos, saias, batas, bolsas, aventais, almofadas, porta-treco, carteiras, porta-travesseiros, capa de cadernos, agendas, porta-vinhos, porta-guardanapo, quadros bordados, entre outros produtos.

A 135 km de Goiânia, Goiás Velho é atravessada pelo Rio Vermelho, importante afluente do Araguaia, que passa ao lado da antiga casa da escritora Cora Coralina transformada em Museu.
Pesquisando novas parcerias, priorizando o modo-de-fazer artesanal e criativo das peças, Milena chegou nas mulheres que se encontravam em regime de cárcere na prisão da cidade. Daí nasceu o Projeto Cabocla Criações, um programa de remissão de pena, a partir do qual oferecia uma ocupação, profissão e possibilidade de renda às mulheres. O sucesso com as detentas despertou o interesse do sistema carcerário e da pastoral carcerária, sendo incluídas, um tempo depois, as esposas de detentos e os próprios detentos. Assim, cada bordado do projeto Cabocla Milena Curado carrega consigo o sentido da cidadania e da esperança por uma re-inserção digna na sociedade.
Em 2023 o seu trabalho é reconhecido como patrimônio imaterial do estado de Goiás, reconhecimento costurado a base de arte, poesia e cidadania.
Pernambuco – Associação Mulheres Artesãs de Passira
A AMAP conta hoje com 50 associadas. Além de gerir a produção, a Associação promove cursos na área rural do município a fim de capacitar futuras bordadeiras e bordadeiros.
Os bordados produzidos em Passira ganharam destaque nacional com o desfile do estilista Ronaldo Fraga, “Turista Aprendiz”, no ano de 2010. Em 2014, através de financiamento coletivo com projeto Bordados de Passira, passaram por um aperfeiçoamento na prática do bordado e capacitação para confecção de vestuário, aprendendo desenho, modelagem e costura.
Os bordados de Passira são carregados de história e tradição, mas também inovam em suas possibilidades técnicas a partir da demanda local ou externa. Novos pontos são criados pelas bordadeiras, sempre atentas não só às necessidades do mercado, mas também ao que o material possibilita; à imaginação que escapa na repetição de pontos. É com o crivo, técnica tradicional de bordado, herdada dos portugueses, que enfeitam toalhas, lençóis, lenços e roupas, saídas da Terra dos Bordados.

Piauí – Associação da Central de Compras das Bordadeiras de Teresina
O coletivo surgiu em 2002, quando algumas mulheres se uniram em torno de um dom que adquiriram ainda na infância: o dom de bordar. A organização da associação garantiu motivação para as bordadeiras e sustento para algumas de suas famílias.
O bordado tradicional une um grupo de cerca de 40 artesãs que se juntam três vezes por semana para imprimir em diversas roupas e tecidos as formas, cores e elementos que remetem à cultura local, à natureza e aos cotidiano piauiense. As peças variam entre artigos de vestuário como camisas e batas ou de decoração como toalhas e caminhos de mesa, entre outras.
A herança deixada pela família e preservada por gerações começava a ser esquecida por algumas delas devido aos outros compromissos cotidianos. Com a organização da associação e a motivação de novas bordadeiras, a atividade se fortaleceu e algumas artesãs passaram a sustentar a casa com a renda do bordado.

Crédito das Imagens:
Artesol